Carreira e Maternidade!? Será que isso funciona?
- Manu
- 19 de dez. de 2016
- 7 min de leitura

Acho que toda mulher, assim que se descobre grávida, logo se pega preocupada com os rumos que sua vida profissional irá tomar! Fato é: por mais que a gente faça planos, muita coisa muda a partir do momento em que agente passa a ter aquelas coisinhas pequeninas, cheirosas e fofinhas que são os bebês, em nossos braços! Então se eu pudesse dar um conselho seria: Não faça planos e nem tome decisões antes da hora!
E quando a hora chegar, faça a decisão que o seu coração pedir...sem vergonha, sem medos, sem receios... Porque tudo feito com o coração no fim acaba dando certo!
Eu era o tipo de pessoa que não conseguia me imaginar dependendo integralmente do salário do meu marido! Muito menos me imaginaria abdicando das minhas coisas por outras pessoas, pois sim, sempre fui bem egoísta quando o assunto é relativo a minha felicidade. Aí o Vítor veio, e balançou as estruturas! E logo em seguida a Luiza chegou pra chutar o pau da barraca! Meus planos de independência ou morte foram por água abaixo e meu medo de não estar presente no dia a dia deles e tornou muito maior que o medo de abrir mão um pouquinho de mim.
Nem sei se a minha escolha em si foi a melhor! Ainda estou vivendo essa escolha! Tem dias que eu surto e daria de tudo nessa vida pra ter que acordar cedo, vestir um terninho e me enfurnar num escritório ao invés de passar o dia de moletom, camiseta, tênis e um coque esgandaiado, limpando nariz de catarro de menino e falando a cada minuto que isso ou aquilo não pode! HAHAHA Ser mãe em tempo integral me cansa muito mais do que quando eu passava minhas madrugadas em branco trabalhando! Mas ai tem aqueles dias em que eu paro tudo pra ir ver a apresentação da escola no meio da semana, as 11:00 da manhã, e vejo que muita criança está cabisbaixa porque a mãe não está lá, e o meu filho está sorrindo igual um bobo e acenando pra mim todo saltitante, que me fazem ter a certeza que eu não poderia ter feito outra escolha senão essa!
Mas essa sou eu! A Manu! Acho que cada mãe tem que por na balança aquilo que ela pode e consegue dar... e aquilo que não. Porque a verdade seja dita: se a mãe não estiver feliz, a família não estará!
Então, ao contrário do que muitos pensam, eu não tenho nada contra e nem nada a ver com a decisão das mães que, por escolha ou não, voltam a trabalhar assim que a licença maternidade acaba! Mas repito e friso, POR ESCOLHA (mesmo que ela tenha a ver com necessidade financeira!) e não por pressão como muitas vezes tenho visto por aí! O que mais tenho ouvido é história de mulher infeliz, sofrendo por ver a infância do filho indo embora e ela não participando, mas que não teve peito pra assumir a pressão de ser rotulada como "do lar" em uma sociedade aonde as pessoas passaram a se definir por aquilo que elas são profissionalmente. Sim! Vou te falar! É preciso ter peito pra ir na contramão da multidão! Na busca por direitos iguais as mulheres passaram a se sentir na obrigação de trabalhar para se sentirem donas de suas próprias vidas! Mas se tem uma das poucas certezas que eu tenho nessa vida é que independência financeira não te torna uma pessoa independente, e título profissional não te torna uma pessoa decente! Não me entendam mal... eu sou TOTALMENTE a favor da mulher ter sua carreira e lutar por seus direitos profissionais, contanto que isso seja aquilo que ela quer... mas se ela quiser ser "só" mãe e dona de casa também, eu dou TODO apoio, pois acho que ao invés de correr atrás de igualdade a gente devia se preocupar mais é com justiça e felicidade!
Mas toda essa reflexão me fez pensar: E se eu optasse por continuar trabalhando e ser a melhor mãe e a melhor profissional que eu pudesse ser, como eu faria pra dar certo? Não há respostas certas nem fáceis pra essa pergunta. E eu sinceramente sempre acreditei que quando desempenhamos diversos papéis é muito difícil ter o mesmo desempenho que teríamos se optássemos por menos coisas. Não dá pra fazer tudo ao mesmo tempo e ser bom em tudo né? Mas será que a gente precisa mesmo ser bom em tudo, ou basta ser o melhor que pudermos ser?
Então fica aí uma lista com as coisas que eu acho indispensáveis pra fazer dar certo essa vida dupla, ou tripla, ou quádrupla...
1. Pare de se comparar a outras mães!
E isso serve para todas nós...as que trabalham e as que não! Por mais que a grama do vizinho pareça sempre mais verde, te garanto que todo mundo, até a família de comercia de margarina, passa por dificuldades! Temos sempre que lembrar que em toda escolha há um peso e uma renúncia, e colocar na balança as escolhas que nos fazem bem, porque o que é bom pra mim pode não ser pro outro, então de nada adianta se comparar!
2. Pergunte aos seus filhos como eles se sentem.
Não defina o seu sucesso com base nas vidas alheias! Como é e está a sua família?? Pergunte aos seus filhos se eles são felizes, se eles gostam de ver a mamãe trabalhando, mostre pra eles como é bom vocês poderem se reencontrar no fim do dia e passar momentos valiosos juntos e por aí vai! Se seus filhos são e estão felizes, se desenvolvendo dentro da normalidade e seguros de si, não fique se questionando se você está fazendo algo errado! Pra que? E caso você se esqueça... não faça comparações! Nunca!
3. Trate alguns compromissos de família como reuniões de trabalho inadiáveis.
Se programe pra poder participar e estar presente nas coisas que tem peso e importância pras crianças! Eles vão querer ver a mãe na apresentação de dia das mães na escola, vão querer que você os vejo vestidos de coelhinho na Páscoa ou de Papai Noel na apresentação de Natal! Assim, se possível consiga com a escola todos os eventos importantes com antecedência e anote em sua agenda como compromisso inadiável... já vá preparando o terreno no trabalho, compensando horários e avisando com antecedência também, assim ninguém se chateia, afinal combinado não sai caro! Dia desses cheguei atrasada numa apresentação do Vítor e vi o quanto ele estava triste por não estar me encontrando na plateia... Quando ele me viu e abriu o maior sorriso do mundo eu pude entender o quão importante para eles é a nossa presença e atenção! Não tem salário que pague!
4. Compartilhe suas decisões e metas com seus filhos.
Quando houver uma demanda maior no trabalho e houver a necessidade de se ausentar mais da função materna, explique! Crianças conseguem entender explicações mas tem dificuldade em lidar com a ausência delas sem se sentir deixados de lado! Deixe claro que por um período você vai trabalhar mais pesado pois assumiu compromissos importantes e por isso vai estar menos com eles, mas que em breve tudo volta ao normal! Eles tiram de letra!
5. Veja as coisas a longo prazo!
Não se culpe por um dia, ou uma semana caótica no trabalho, em que você não teve tempo ou não pôde ser a mãe que quis! Olhe para o tempo de modo horizontal... é pra frente que a gente anda! Se hoje não foi tão bom, se esforce pra que amanhã seja e busque fazer com que os momentos juntos, mesmo que curtos, compensem os momentos ausentes!
6. Encontre os parceiros certos.
Isso diz respeito não só a ter um marido participativo e que divida as obrigações do dia a dia, mas uma escola que entenda sua rotina e que apoie sua decisão (na escola do meu filho por exemplo nem existe período integral pois eles são contra a criança não ter um período em casa, ou seja, possivelmente não atenderia a demanda de uma mãe que trabalha o dia todo!), uma mãe (vó das crianças) disposta a ajudar em situações emergenciais, uma babá que cumpra com as suas expectativas e respeite a rotina que você estabelecer e por aí vai. Todas as pessoas que participam da vida dos seus filhos devem ser vistas como parceiros e atuar desse modo!
7. Abandone situações que não se encaixam na sua definição de sucesso!
Não se coloque em posições onde você se sentirá infeliz e sufocada! Se você valoriza finais de semana e noites em casa por exemplo, não aceite aquela promoção aonde o chefe espera que você esteja disponível para viajar a qualquer hora do dia por qualquer prazo necessário! Reconheça situações em que seu trabalho não se alinha com suas metas pessoais e caia fora, sem medo de buscar novas oportunidades mais condizentes com seus sonhos! Aprenda a balancear!
8. Diga não com mais frequência.
Faça do "não" seu melhor amigo e se torne faixa preta em estabelecer prioridades. Tempo é o seu recurso mais valioso e dizer SIM pra algo sempre significa dizer não pra alguma outra coisa, mesmo que na hora da decisão a gente se esqueça disso! que seus SIM seja mais conscientes e para aquilo que realmente vale a pena!
9. Seja franca e clara.
Estabeleça limites! Divida expectativas! Assuma o papel que você precisa assumir e não todos os do mundo, assuma a rotina que você estabeleceu e não as demandas do mundo! As pessoas não tem bola de cristal então não diga pro seu colega de trabalho que ele pode te ligar por ajuda a qualquer hora se você está atolada com um filho com dificuldades no dever de casa a noite em casa! Não se prejudique por não saber estabelecer limites!
10. Convide seus amigos e famílias mesmo que seu sofá esteja todo manchado e sua casa esteja de cabeça para baixo.
Peça pizza. Tome uma taça de vinho! Não existe precondição para ser feliz e quem te quer bem pouco se importa com o estado da sua casa cheia de crianças! Família e amigos deixam a vida mais divertida, com mais sentido, e eles te dão uma perspectiva de futuro melhor já que a maioria já sobreviveu a muito do que você está passando!
Lembre-se que todos esses questionamentos no fundo no fundo nada tem a ver com ser uma mãe que trabalha, e sim com ser humana! Temos a tendência de nos cobrar de mais e estamos sempre nos deparando com desafios pessoais e com problemas e dificuldades para superar: faz parte da vida!
Temos sempre uma escolha a fazer... dessas que a gente precisa abrir mão de algo muito importante! Então por favor, se dê um tempo... se cobre menos... não se martirize... nada é 100% certo nem 100% errado! Além do mais, nada precisa ser definitivo! Se não estiver bom de um jeito, é só mudar... recomeçar... fazer diferente e seguir em frente!
A medida que você for se tornando menos dura consigo mesma, você automaticamente vai se tornando menos dura com outras mães, outras escolhas, outras realidades, outros sonhos, outras formas de ambição, outros olhares e visões de mundo e de vida... Você vai automaticamente vendo que cada uma faz o melhor que pode e que independente do caminho, certo mesmo é apoiarmos umas as outras em nossas escolhas ao invés de apontarmos nossos dedos práquilo que achamos mais certo ou mais errado... a escolha não deveria ser entre trabalhar ou não... e sim entre o que te faz mais feliz! E isso que importa!














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